ABRAÇOS GRÁTIS
Há um ano atrás, Juan Mann era só um homem estranho que ficava parado no Pitt Street Mall, em Sydney, a oferecer, de cartaz em punho, abraços de graça às pessoas que passavam. Certo dia, Mann ofereceu um abraço a Shimon Moore, o líder da banda Sick Puppies, tornando-se, desde então, bons amigos. Contudo, à medida que os abraços grátis de Juan Mann atingiram proporções maiores, a Câmara Municipal de Sydney tentou banir a campanha. Então Mann e os seus amigos fizeram uma petição com mais de dez mil nomes apoiando a manutenção dos abraços de graça.
Depois de Moore gravar Mann, em plena campanha de “Abraços Grátis”, e disponibilizar o vídeo no YouTube (1), ao qual anexou uma das músicas da sua banda, este tem sido visto por milhões de pessoas tornando-se o melhor veículo de propaganda para a acção solidária.
O «serial hugger» Juan Mann descreve os seus «abraços grátis» como “uma emoção instantânea e uma forma de fazer as pessoas sorrirem” pois “por cada pessoa que recebe um abraço vejo cinco a passar com um sorriso nos lábios”.
Juan Mann insiste que “a sua acção não tem regras, nem nomes, nem números de telefone, nem datas”. O abraço é grátis, espontâneo e anónimo.
Numa busca para encontrar onde os abraços de Mann se tinham inspirado, chegamos ao «Free Hugs» (2), nos Estado Unidos da América, mais concretamente a Jason Hunter.
Esta campanha surge quando, em 2001, depois de, no funeral da mãe, ter ouvido a maioria dos presentes partilhar como ela gostava de abraçar as pessoas e dizer-lhes os quanto delas gostava, Jason Hunter saiu para a ruas de Miami com um cartaz que anunciava, simplesmente: “FREE HUGS”. Assim nasceu o movimento «FREE HUGS» ou «Abraços Grátis».
Parece que abraços também podem ser o remédio que os médicos, um dia destes, lhe poderão receitar para acabar com o seu stress diário. Estudos indicam que o toque humano reduz a produção de cortisol (uma hormona do stress) aumentando a sensação de bem-estar com a segregação de serotina e dopamina. Pelo menos três abraços por dia fariam de nós Homens e Mulheres mais saudáveis.
Contudo, a verdade é que não precisávamos desta conclusão científica para concluir que nada melhor que um abraço para aliviar uma dor física ou emocional. Do mesmo modo como sabemos que o abraço é um símbolo universal de apoio e de atenção ao «outro», podemos dizer que a «Abraços Grátis» é uma experiência social que promove os valores da solidariedade. Vejamos como nas nossas cidades e vilas as pessoas, na sua vivência diária, deixaram de se tocar traçando linhas invisíveis em seu redor que, por pretensa boa educação, procuramos não ultrapassar.
Mas um abraço grátis é, também, uma manifestação de voluntariado orgânico que questiona o institucionalizado voluntariado social. Vejamos como é mais fácil fazermos jantares da empresa ou do «serviço», comprar uma senha ou deixar um saco de roupa ou de alimentos a outros que tratarão do confronto físico e visual com aqueles que «estamos a ajudar».
A surpresa pela simplicidade e gratuitidade do gesto tem gerado situações de ambivalência que se reflectem no impulso imediato para a rejeição, como a Câmara Municipal de Sydney, ou para o receio, como se verificou na Baixa de Lisboa, a passada semana.
Mas a solidariedade é um movimento que se adivinha imparável neste milénio seja em grandes manifestações de «Abraços Grátis», a nível mundial, ou na forma como milhares de funcionários se têm voluntariado para dias de campanha para a solidariedade promovidos pelas suas empresas.
A todos Boas Festas, este ano, que me perdoem os comerciantes de Angra, com mais Beijos e Abraços, e menos presentes, no sapatinho.
(1) http://www.youtube.com/watch?v=vr3x_RRJdd4&mode=related&search=
(2) http://www.free-hugs.com
Sé, 18 de Dezembro de 2006.
Depois de Moore gravar Mann, em plena campanha de “Abraços Grátis”, e disponibilizar o vídeo no YouTube (1), ao qual anexou uma das músicas da sua banda, este tem sido visto por milhões de pessoas tornando-se o melhor veículo de propaganda para a acção solidária.
O «serial hugger» Juan Mann descreve os seus «abraços grátis» como “uma emoção instantânea e uma forma de fazer as pessoas sorrirem” pois “por cada pessoa que recebe um abraço vejo cinco a passar com um sorriso nos lábios”.
Juan Mann insiste que “a sua acção não tem regras, nem nomes, nem números de telefone, nem datas”. O abraço é grátis, espontâneo e anónimo.
Numa busca para encontrar onde os abraços de Mann se tinham inspirado, chegamos ao «Free Hugs» (2), nos Estado Unidos da América, mais concretamente a Jason Hunter.
Esta campanha surge quando, em 2001, depois de, no funeral da mãe, ter ouvido a maioria dos presentes partilhar como ela gostava de abraçar as pessoas e dizer-lhes os quanto delas gostava, Jason Hunter saiu para a ruas de Miami com um cartaz que anunciava, simplesmente: “FREE HUGS”. Assim nasceu o movimento «FREE HUGS» ou «Abraços Grátis».
Parece que abraços também podem ser o remédio que os médicos, um dia destes, lhe poderão receitar para acabar com o seu stress diário. Estudos indicam que o toque humano reduz a produção de cortisol (uma hormona do stress) aumentando a sensação de bem-estar com a segregação de serotina e dopamina. Pelo menos três abraços por dia fariam de nós Homens e Mulheres mais saudáveis.
Contudo, a verdade é que não precisávamos desta conclusão científica para concluir que nada melhor que um abraço para aliviar uma dor física ou emocional. Do mesmo modo como sabemos que o abraço é um símbolo universal de apoio e de atenção ao «outro», podemos dizer que a «Abraços Grátis» é uma experiência social que promove os valores da solidariedade. Vejamos como nas nossas cidades e vilas as pessoas, na sua vivência diária, deixaram de se tocar traçando linhas invisíveis em seu redor que, por pretensa boa educação, procuramos não ultrapassar.
Mas um abraço grátis é, também, uma manifestação de voluntariado orgânico que questiona o institucionalizado voluntariado social. Vejamos como é mais fácil fazermos jantares da empresa ou do «serviço», comprar uma senha ou deixar um saco de roupa ou de alimentos a outros que tratarão do confronto físico e visual com aqueles que «estamos a ajudar».
A surpresa pela simplicidade e gratuitidade do gesto tem gerado situações de ambivalência que se reflectem no impulso imediato para a rejeição, como a Câmara Municipal de Sydney, ou para o receio, como se verificou na Baixa de Lisboa, a passada semana.
Mas a solidariedade é um movimento que se adivinha imparável neste milénio seja em grandes manifestações de «Abraços Grátis», a nível mundial, ou na forma como milhares de funcionários se têm voluntariado para dias de campanha para a solidariedade promovidos pelas suas empresas.
A todos Boas Festas, este ano, que me perdoem os comerciantes de Angra, com mais Beijos e Abraços, e menos presentes, no sapatinho.
(1) http://www.youtube.com/watch?v=vr3x_RRJdd4&mode=related&search=
(2) http://www.free-hugs.com
Sé, 18 de Dezembro de 2006.
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