sexta-feira, abril 21, 2023

DA RAZÃO

O “espaço público falta cruelmente em Portugal”, escreveu o filósofo José Gil, em 'Portugal Hoje - O Medo de Existir'. 20 anos volvidos, a mitomania, pós-verdade, manipulação e fulanização, carreiam, diariamente, para o espaço público, também através da comunicação social, a toxicidade do mundo a «preto e branco». Este movimento de “erosão da democracia”, que compromete o serviço público da comunicação social, com e em reflexo dos vários níveis de governação, transforma o lugar de debate no clube de combate. Também os Açores não podem abdicar da exigência democrática do uso público da razão argumentativa. Nós, e as nossas comunidades, devemos tomar consciência e monitorizar o espaço público na sua função política, social, cultural, e, sobretudo, ajudar os profissionais, e respetivas organizações, a uma ação responsável e consequente, além do mero fluxo de produção e troca de informações. Por isso torno à “Ágora”, assumindo um espaço de reflexão, partilha e desafio que, quinzenalmente, deixarei ao vosso cuidado. Não é uma inevitabilidade regional que as pessoas pensem sempre sozinhas.
ESPAÇO PÚBLICO, no Açoriano Oriental