DA RAZÃO
O “espaço público falta cruelmente em Portugal”, escreveu o filósofo José Gil,
em 'Portugal Hoje - O Medo de Existir'. 20 anos volvidos, a mitomania,
pós-verdade, manipulação e fulanização, carreiam, diariamente, para o espaço
público, também através da comunicação social, a toxicidade do mundo a «preto e
branco». Este movimento de “erosão da democracia”, que compromete o serviço
público da comunicação social, com e em reflexo dos vários níveis de governação,
transforma o lugar de debate no clube de combate. Também os Açores não podem
abdicar da exigência democrática do uso público da razão argumentativa. Nós, e
as nossas comunidades, devemos tomar consciência e monitorizar o espaço público
na sua função política, social, cultural, e, sobretudo, ajudar os profissionais,
e respetivas organizações, a uma ação responsável e consequente, além do mero
fluxo de produção e troca de informações. Por isso torno à “Ágora”, assumindo um
espaço de reflexão, partilha e desafio que, quinzenalmente, deixarei ao vosso
cuidado. Não é uma inevitabilidade regional que as pessoas pensem sempre
sozinhas.
ESPAÇO PÚBLICO, no Açoriano Oriental
<< Home